Segurança/Aventura Natural

Comunidade dedicada a abordar temas voltados à gestão da segurança no Ecoturismo e Turismo de Aventura.

Osvaldo Esterquile Júnior
Moderador

Osvaldo Esterquile Júnior

Consultor em Gestão da Segurança e Ambiental no Turismo de Aventura
SEBRAE / ABETA / In Plantar
Osvaldo Esterquile Júnior
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Segurança/Aventura Natural

Excesso de confiança e perigo - uma linha tênue
  • 05/04/2024
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O caso de um guia de turismo, de 36 anos, que foi atingido por um relâmpago enquanto acompanhava um grupo até o alto da Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, faz pensar que por mais experiente que um guia seja, ele também não está livre de ser vítima de um acidente de causa natural.

No total, o passeio na Pedra da Gávea dura duas horas de subida e outras duas horas na descida, e alterna entre trilha e uso de corda de rapel. Com tempo nublado, o guia e o restante do grupo decidiram prosseguir com a atividade, quando a chuva chegou de repente. Neste caso, os 10 anos de experiência do guia não evitaram que sofresse um acidente.

O papel do guia de turismo é justamente garantir que a operação da atividade seja realizada de forma segura e cabe a este profissional também antecipar situações potencialmente perigosas. Não compete ao turista a tomada de decisões que afetem diretamente a segurança do grupo.

A ABNT NBR ISO 21102 é uma norma técnica que estabelece diretrizes para o turismo de aventura, mais especificamente em relação à competência do pessoal líder. Essa norma define os requisitos e as competências necessárias para os líderes que conduzem atividades de turismo de aventura, visando garantir a segurança e a qualidade da experiência para os participantes.

É essencial também que os participantes estejam bem-informados sobre os riscos envolvidos nessas atividades e saibam como se preparar e agir em diferentes situações. Cabe ao guia fazer com que os participantes compreendam quando a atividade não tem condições de ser levada adiante por força maior. Além disso, é importante incentivar uma cultura de segurança entre os participantes, incentivando a comunicação aberta e a colaboração em equipe, e os operadores turísticos devem estar preparados para responder prontamente e eficazmente a quaisquer preocupações.

Na ocasião do acidente com o guia, o Parque Nacional da Tijuca esclareceu que a Pedra da Gávea não possui para-raios por ser um ambiente natural remoto, e disse ainda que “Em dias com chuvas acompanhada de trovões e raios, não é recomendado que se faça caminhada, trilha, escalada e/ou outra atividade a céu aberto devido aos riscos que naturalmente existem nesses ambientes abertos”.

A quem cabe a segurança do visitante? Até onde vai a autonomia do guia e do visitante? Estas questões precisam estar claras entre operadores e administração dos locais. Isso pode incluir a realização de briefings de segurança antes do início da atividade, a demonstração do uso adequado de equipamentos de proteção individual e até o cancelamento da atividade caso necessário.

Antecipar cenários possíveis e determinar os procedimentos que devem ser realizados em cada caso, bem como treinar a equipe para emergências é fundamental para os locais, por sua vez. Essa abordagem proativa é essencial para garantir que todos possam desfrutar dessas atividades de forma segura e gratificante.

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